Faltam evidências científicas que justifiquem a prática da medicina antienvelhecimento, ou anti-aging, que se tornou popular no Brasil nos últimos anos, com a adesão de centenas de profissionais. Essa é a conclusão de uma extensa revisão de estudos científicos sobre o assunto, realizada por um grupo de especialistas da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
A equipe, que consultou 164 referências bibliográficas, das quais 79 foram analisadas, apresenta nesta terça-feira (22) os resultados da investigação no XVIII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, no Rio de Janeiro. A partir da revisão, membros da SBGG produziram um documento com 12 recomendações. A principal crítica diz respeito à reposição hormonal e à suplementação com antioxidantes, vitaminas e sais minerais, medidas propostas pela técnica. Essas substâncias entrariam em declínio no corpo a partir dos 30 anos.
A discussão sobre a medicina anti-aging também está na mira do Conselho Federal de Medicina (CFM). Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, o médico Gerson Zafalon, que participará do Congresso, diz que a Câmara já preparou um novo parecer sobre o tema – se aprovado, o documento poderá dar origem a uma resolução para proibir a prática da medicina anti-aging. Para Zafalon, ela causa mais danos do que benefícios. “Há um aumento, inclusive, do risco de câncer”, diz. O médico quer levar à próxima reunião mensal do CFM os resultados discutidos no congresso. As informações são do Jornal da Tarde.