O policial civil e proprietário da Associação Comunitária Tio Paulinho, Paulo César Souza Fonseca, foi preso hoje na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Ele é acusado de manter 66 idosos e deficientes mentais em situação de cárcere e maus tratos. Fonseca alegou que não tinha recursos para oferecer condições melhores aos internos. No entanto, segundo as investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), a instituição recebia do governo estadual cerca de R$ 360 mil por ano.
Além disso, Fonseca estaria se apropriando indevidamente de recursos do INSS de alguns idosos. Ele nega a acusação. De acordo com a promotora Ana Rita Nascimento, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do MP-BA, a instituição comandada por Fonseca vinha sendo alvo de denúncias de familiares de antigos internos.
Idosos e deficientes mentais foram encontrados hoje pela polícia nus e sujos de fezes e terra, em 14 cômodos trancados com grades. Os quartos acomodavam até seis pessoas, mas alguns tinham apenas uma cama de concreto, além de sinais de mofo e formigueiros.
As vítimas estão sendo submetidas a exame de corpo de delito para averiguar possíveis agressões relatadas por alguns internos. Em seguida, serão transferidas para a Casa de Repouso Bom Jesus, no bairro de Tubarão, em Salvador, mantida pelas Obras Assistenciais Irmã Dulce.