Categoria: Internet "Asilo “João Kühl Filho” Limeira SP: uma família unida há 91 anos"


“Aqui é a minha família”. Dona Cidinha, de 77 anos e Seu Noé, de 76 anos declaram abertamente o seu amor pela sua família. Assim como eles, outros idosos também foram acolhidos por esta mesma família, que é composta por funcionários dedicados e voluntários atenciosos. O Asilo João Kuhl Filho, que completa amanhã 91 anos, é a família de 75 idosos. Dona Aparecida de Lurdes Antônio, a Dona Cidinha, decidiu morar no Asilo há 43 anos. Entre as mulheres, ela é idosa com maior tempo de casa. “Quando entrei aqui, tudo era muito diferente. Eram poucas irmãs para cuidar de todos os idosos e por isso, nós tinhamos que ajudar. Era muito difícil, mas sempre foi maravilhoso morar aqui”, declarou.A aposentada ajudava a consertar as roupas dos homens e gostava de fazer trabalhos domésticos. “Hoje estou mais parada, mas sempre gostei de ajudar na limpeza e no atendimento da recepção. Depois vieram as cozinheiras, faxineiras e arrumadeiras e a situação melhorou muito. Sou muito feliz aqui, pois esta é a minha família”, emocionou-se. Quando Cidinha sai do Asilo para passear com os seus irmãos, fica ansiosa para retornar à entidade. “Eu não vejo a hora de voltar para cá. Quando entrei aqui, eu era uma mulher muito tímida e a convivência com pessoas tão maravilhosas, me fez mudar. Não me arrependo de ter vindo para cá”, contou. Hoje, o maior passatempo de dona Cidinha é escutar rádio, ler, escrever e fazer palavras cruzadas. “Eu só faço o que gosto aqui”.Entre os homens, João Heidman e Osmar da Silva Camargo estão há mais tempo no Asilo, 52 e 51 anos respectivamente. No calendário de aniversários, o idosa mais antiga é Dona Paulina, com 98 anos e o senhor Antônio Estoco, com 95.“Sou mais feliz aqui”O professor de matemática aposentado, Noé de Castro está há apenas seis meses no Asilo e confessa estar “mais feliz do que nunca”. “Fui tão bem recebido por todos, que me adaptei facilmente. No Asilo é como se eu estivesse na minha família. Sou até mais feliz aqui”, revelou.Durante os primeiros meses no Asilo, seu Noé preferiu descansar, mas agora quer participar de todas as atividades. “Tudo o que puder, vou fazer. Estou ajudando no Bazar, organizando as roupas e fazendo as vendas. Às vezes levo uns tombos, mas todo mundo sempre vem me ajudar e continuo de pé”, brincou.O Bazar da Pechinha existe há 20 anos e acabou de ganhar uma nova sede. No novo espaço, ao lado do Asilo, o Bazar será realizado diariamente, sempre das 13h às 16h. Todas as roupas, calçados e acessórios vendidos no local são doados pela população. “Eu adoro ficar no Bazar, pois fico recordando da época em que trabalhava em escritório de contabilidade”, comentou.Seu Noé recebe a visita de sua ex-mulher, seus filhos e netos e não sente saudades de sua casa. “Aqui eles tratam os idosos como se fossem seus filhos crianças. Não tenho do que reclamar, apenas agradecer pela oportunidade de estar no Asilo”, ressaltou Noé, que comemora amanhã, o seu primeiro aniversário no Asilo. (SA)Asilo precisa de doações e visitantesO grande desafio do Asilo é aumentar o quadro de associados e receber um maior número de visitantes. A entidade é mantida através destes colaboradores, das doações da população e recebe uma quantia em dinheiro do Ceprosom e do Estado. “Esse valor cobre apenas 10% das despesas. Também temos as aposentadorias dos idosos e os eventos que promovemos, como o ‘Chá da Tarde’ e a ‘Tarde Dançante’, além do Bazar da Pechincha, mas as despesas são grandes. Um idoso custa em média R$ 1 mil por mês”, explicou a assistente social, Marilene Aparecida Bastos de Toledo, que é a funcionária mais antiga do Asilo. Marilene implantou na entidade, o serviço social há mais de 26 anos. “Em todos estes anos, a nossa maior luta é quebrar paradigmas. As pessoas precisam entender que aqui não é um lugar de pessoas abandonadas. Pelo contrário, eles estavam abandonados e aqui receberam assistência integrada e muito carinho. Aqui é a família deles”, enfatizou. A maioria dos idosos do Asilo são solteiros ou não têm família e sofrem de doenças neurológicas, como a demência senil e Alzheimer ou doenças motoras, como artrose e problemas na coluna, além da depressão. “Eles são muito carentes, por isso é importante a comunidade vir visitá-los. Desde que entrei aqui, o meu maior trabalho tem sido conscientizar a população da existência do Asilo, da importância de visitá-los e colaborar com a entidade”, declarou.Para promover o convívio social, o Asilo realiza eventos abertos à comunidade e leva os idosos para passeios no Zoológico, no Parque Urbano e em Aparecida. “Alguns saem sozinhos para visitar amigos e parentes ou para fazer compras. Para os que ficam aqui, temos as missas, o coral, além das visitas. Eles gostam muito de ouvir rádio, jogar baralho e ajudar a arrumar a cama, varrer o chão e cuidar do jardim”, contou.Marilene dá a dica para quem quer se tornar um voluntário do Asilo. “Tem que vir aqui com a intenção de ajudar e fazer amizade com o idoso, ser tolerante e demonstrar carinho”. (SA)Missa dos 91 anos acontece hojePara comemorar os 91 anos do Asilo João Kuhl Filho será celebrada uma missa hoje, a partir das 15h. A missa será presidida pelo padre Arlindo Armando de Gaspari, da Paróquia Santa Terezinha, no salão social da entidade. Os idosos, voluntários e funcionários do Asilo estarão presentes no evento e a comunidade também é convidada a participar das festividades. O Asilo João Kuhl Filho fica na Rua Capitão Flamínio, 489. Para quem quiser fazer doações ao Asilo ou marcar visitas, basta ligar no número 3441-7414. (SA)