Falou em viagem? A aposentada Felisbina Guimarães está preparada. “Longa é aquela mala grande. É a internacional”, mostra ela. Não é à toa que Dona Felisbina ganhou o apelido: “Bina Mala Pronta”. Aos 70 e poucos anos, Dona Bina se orgulha do passaporte e não pára mesmo em casa. É uma viagem atrás da outra. “Acho que é a melhor coisa do mundo”, comenta. A aposentada não embarcou sozinha nessa. O número de idosos no Brasil vem crescendo. Em 2006, eles eram 15 milhões. De acordo com o IBGE, até 2020 esse número vai dobrar. “Nós não temos tanta responsabilidade mais com casa ou com filho. Nós temos mais tempo livre para viajar”, diz a aposentada Ivone de Melo Resende. Os idosos estão descobrindo um novo estilo de vida. “Não ficamos em casa. Só vou lá pra trocar as mala e volto de novo”, conta a aposentada Maria Aparecida Alcântara. Sempre em busca de um novo destino, esses são os brasileiros que cada vez mais ganham importância no mercado de turismo. Em um ônibus, um grupo de 30 passageiros aposentados tem muita disposição e tempo para viajar. E o que é melhor: em qualquer época do ano. Os idosos adoram a baixa temporada. “Não tem aquele tumulto de multidões ou superlotando todos os locais que a gente vai visitar”, diz a aposentada Anísia Aguiar. “Hoje existem empresas especializadas e existem os hotéis que também já fazem programação específica para esse público”, afirma José Maurício de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem de Minas Gerais (Abav-MG). Caldas Novas, em Goiás, se especializou na terceira idade. De cada dez turistas, seis tem mais de 60 anos. “Eu gosto muito daqui, preciso vir todo ano”, diz uma turista. “As águas fortalecem a gente. Venho para me divertir e para passear e para andar”, comenta um senhor.