ABANDONO
Conselho convoca familiares dos idosos em asilos para evitar mais casos no MPÉrica Samara da SilvaDepois de apresentar seis casos de abandono em casa ao Ministério Público (MP), o Conselho Municipal do Idoso está convocando familiares para evitar que o problema se repita nos asilos. A situação dos abrigos, que atendem 143 pessoas, foi discutida durante palestra promovida pela Vigilância Sanitária. O encontro teve polêmica e cobranças à Prefeitura.Cleusa Aparecida Marrafon da Silva, presidente do Conselho Municipal do Idoso, informou ontem que os boletins de ocorrência (BOs) sobre idosos esquecidos em casa já foram apresentados ao MP e que, para evitar que o problema seja ainda maior, os familiares dos idosos que estão na mesma situação nos asilos também serão convocados para receber orientação. “Nosso foco não será a punição inicialmente. Iremos fornecer todas as informações, como necessidade de visitas e freqüência”, explicou à Gazeta durante evento esportivo da Melhor Idade.Enquanto cerca de 300 idosos estavam em clima de festa durante os jogos (veja matéria), um encontro realizado na Câmara Municipal discutia a situação dos asilos. Segundo Thiago Henrique Pilon, autoridade sanitária da Vigilância de Limeira, o objetivo foi orientar os representantes das entidades sobre as exigências legais em relação à estrutura física e os serviços de nutrição e saúde. “Uma das principais carências que percebemos nos abrigos é falta de melhor estrutura física”, afirmou.No entanto, enquanto recebiam orientações, os representantes dos abrigos citaram a necessidade de mais apoio da Prefeitura. “Não existe política pública definida para o idoso. A atual administração deveria fazer o que nunca foi feito no passado”, afirmou Vanderlei Ghisi, administrador do Recanto dos Idosos Nossa Senhora do Rosário.Além das filas de espera, o problema envolve os idosos que já são abrigados, inclusive encaminhados pela Prefeitura. No local onde administra, é necessário oferecer nove vagas para idosos levados pelo Ceprosom, mas a verba pública é de R$ 2,2 mil. “Um idoso com condições mínimas de qualidade de vida custa R$ 750”, afirmou.A autoridade sanitária rebateu e acrescentou que os asilos recebem 70% das aposentadorias, o que gerou mais polêmica. “Como manter um idoso com 70% da aposentadoria de R$ 415?”, questionou Ghisi. Segundo ele, muitos idosos não têm aposentadoria e nem mesmo vínculos familiares, ao ser questionado pela autoridade sanitária sobre a responsabilidade da família.Após a discussão o foco do encontro foi retomado, quando os representantes voltaram a receber orientações sobre as normas para atendimento ao público idoso.PROJEÇÃOSegundo as estatísicas da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), Limeira terá em dois anos 21.450 pessoas a partir de 65 anos, contra as 20.067 de 2008, aumento verificado de 6,89%. Em relação à população com 60 anos ou mais, o total deve subir dos atuais 29.673 - 13.362 homens e 16.311 mulheres para 32.165 em 2010 - 14.504 do sexo masculino e 17.661 do sexo feminino.