Segundo a OMS, 2 milhões morrem no mundo por causa da poluição do ar.
Pesquisa da USP mostra efeitos na poluição em animais.
As crianças e os idosos são os que mais sofrem com a poluição atmosférica das grandes metrópoles. A criança por ainda não ter o sistema imunológico totalmente desenvolvido, e os mais velhos por começarem a ter problemas no mecanismo de defesa do próprio corpo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2 milhões de pessoas morrem por ano vítimas da poluição do ar no mundo. Dessas mortes, metade está em países em desenvolvimento, como o Brasil.
O ar pesado e seco de São Paulo causa transtornos para muitos paulistanos. Boa parte da sujeita presente no ar é filtrada pelo próprio corpo humano. Os pelos dentro do nariz, por exemplo, servem para segurar a poluição. Mas existe um tipo de poeira muito fina que nem esses pelos conseguem frear. Essas partículas mínimas de poluição vão parar no pulmão, o que faz com que os habitantes das grandes cidades adoeçam mais.
“A gente tem uma perda da capacidade pulmonar. Para a maior parte das pessoas isso não vai significar nada, mas para quem já tem propensão para doença respiratória, ou pior, se ele já for fumante, esses efeitos são multiplicativos. Isso explica porque se morre mais de bronquite crônica, de asma, de enfisema pulmonar e de câncer de pulmão nas cidades poluídas”, diz Paulo Saldiva, médico e coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP.
Uma pesquisa simples feita no laboratório comprova os efeitos da entrada dessa poeira mais fina no corpo humano. Os pesquisadores pegaram células de rãs, que são parecidas com as células do nariz e boca humanos. Quando essas células foram expostas ao ar contaminado, os pelos tendem a perder o movimento.
“Quando isso para, você vai ficar cada vez mais propenso a infecções”, diz a pesquisadora Mariângela Macchione, da USP.