TÓQUIO - Norio Ohga, ex-cantor lírico e ex-presidente da Sony que teve participação crucial no desenvolvimento do CD, morreu aos 81 anos de falência múltipla órgãos, informou neste sábado a companhia japonesa. Ohga ainda era conselheiro da Sony.
Ohga abandonou nos anos 50 a carreira nos palcos de ópera para trabalhar na recém-aberta fabricante de aparelhos eletrônicos. Entre 1982 e 1995, foi presidente da Sony, e guiou a expansão da empresa sobre o terreno dos jogos eletrônicos e do cinema. Em 1989, supervisionou a compra da Columbia Pictures por US$ 3,4 bilhões, no auge da bolha japonesa.
Ohga empenhou-se para garantir a qualidade do CD. Profundo conhecedor de música, o ex-cantor de ópera costumava reclamar da impureza das gravações em fita da Sony. O executivo insistiu para que o CD tivesse 12 centímetros de diâmetro só para que pudesse armazenar toda a Nona Sinfonia de Beethoven - um preciosismo que entrou para o anedotário da música e da tecnologia.
A energia que Ohga empregou no sucesso do novo formato, lançado em 1982, fez com que as vendas de CD no Japão ultrapassassem a de LPs em cinco anos e que a plataforma seja até hoje o padrão da indústria da música.
Ohga, formado em artes pela Universidade Nacional de Tóquio e pela Universidade de Berlim, foi também presidente da Orquestra Filarmônica de Tóquio e vice-presidente do influente grupo de lobby Federação Japonesa de Organizações Econômicas.
Ele foi sucedido na presidência da Sony por Nobuyuki Idei.