Entidade propõe vida ativa para idosos


Leonardo Mesquita
do Agora

Em 1942, em meio à 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos e o Japão se enfrentavam e, com isso, muitos japoneses acabaram por perder tudo, além de receber ordens para deixar o país.

Foi então que Margarida Vatanabe, nascida no Japão, veio ao Brasil para trabalhar, onde decidiu ajudar o seu povo. Surgia a entidade Assistência Social Dom José Gaspar.

Atualmente com sede em Guarulhos (Grande SP) e comandada pelo presidente Reimee Yosheok, a entidade mantém o Jardim de Repouso São Francisco (Ikoi-No-Sono, em japonês).

Na Associação, o lema é o "envelhecimento ativo", que propõe que os idosos consigam fazer as atividades e serviços normais do cotidiano.

A equipe da entidade é formada por 87 atendidos e 94 voluntários, entre profissionais de medicina, de psicologia, de fisioterapia, de serviço social, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e pessoas com espírito de solidariedade.

"Ajudar o próximo deveria ser uma preocupação de todos. Já trabalhei com crianças e é bem diferente com os idosos. Eles são mais fragilizados e precisam de mais apoio", afirma a coordenadora da sede administrativa no bairro da Liberdade (na região central da capital), Satuco Yamamoto.

Na rotina dos idosos, há exercícios físicos, passeios, musicoterapia e atividades em geral. A entidade serve como uma residência comum para os atendidos, que chegam a morar lá por 30 anos.

As famílias também são um fator determinante para a permanência dos idosos na casa, já que apostam que eles, às vezes doentes, serão melhor tratados na entidade.

A média de idade dos moradores é 65 anos. A mais velha tem 99. "Como aqui só há pessoas de origem japonesa, procuramos preservar a cultura oriental, tanto na comida como na rotina", diz Satuco.

Na casa, existem os dependentes e os semidependentes. Os primeiros necessitam de mais ajuda da equipe, pois são mais idosos. Os outros conseguem efetuar mais atividades, como tomar banho sozinhos e arrumar a cama.

A casa de apoio em Guarulhos costuma organizar eventos, palestras direcionadas aos familiares e cursos para voluntários e associados.

O próximo irá acontecer no dia 16 de agosto: um bazar beneficente, cuja renda será usada para as despesas e manutenção do bom atendimento aos velhinhos.