Emilio Sant?anna e Ana Conceição
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Eles não são idosos nem têm indícios de serem imunodeprimidos. Mesmo assim são as principais vítimas da gripe suína. Entre as 20 mortes confirmadas no País, apenas uma foi registrada em paciente idoso: uma mulher de 68 anos, moradora de São Paulo. Seu óbito foi um dos cinco anunciados ontem pela Secretaria de Estado da Saúde.
Para o infectologista Antônio Pignatari, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, o padrão das mortes é claro e pode revelar a ocorrência do que os especialistas chamam de "proteção cruzada". "Você pode perguntar se os idosos estão com uma certa imunidade", afirma. "Acredito que sim, que está relacionado à vacinação contra a gripe sazonal."
Segundo o infectologista Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), historicamente, vírus pandêmicos afetam mais jovens adultos, que têm menos memória imunológica que os mais velhos. "Mas sob o ponto de vista relativo, as mortes ocorrem em maior número nos grupos de risco que nas pessoas saudáveis. Por isso é importante monitorar esses grupos", diz o médico.
Pignatari chama a atenção também para o que pode estar acontecendo com os pacientes que respondem mal ao tratamento. "Algumas pessoas podem ter uma espécie de hiper-resposta à doença que não é causada por nenhuma bactéria, mas pelo próprio vírus", afirma.