Alguns remédios são feitos para agir aos poucos, mas, quando são triturados, vai tudo de uma vez para o organismo.
Você costuma partir os remédios ou abrir as cápsulas antes de engolir? Cuidado.
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Um comprimido de mais de dois centímetros. Tem gente que acha difícil tomar esse remédio.
“Deus me livre. Isso é bem grande”, diz uma mulher.
“Machuca, passa raspando”, comenta um homem.
“A gente toma, com um copo d’água bem cheio dá pra engolir, mas para uma pessoa idosa fica difícil”, diz uma senhora.
Para facilitar, tem gente que dá um jeitinho.
“Tem gente que amassa para tomar”, conta uma senhora.
“Quebrar, repartir, dividir em dois ou amassá-lo”, diz um homem.
Quando um remédio é cortado, amassado ou triturado, a dosagem pode ser alterada e também a maneira como o organismo absorve o medicamento. Por isso, a recomendação é que o remédio seja consumido da maneira que vem na embalagem.
“Se você fizer uma partição no medicamento, isso pode ter uma dosagem a mais ou a menos. Isso é prejudicial ao paciente”, diz o presidente do Conselho Regional de Farmácia, Carlos Bragança
“Já existem alguns estudos que mostram que quando você corta um comprimido ao meio, ele não necessariamente tem a mesma concentração nas duas metades, podendo ter uma variação muito grande, e consequentemente o efeito vai variar muito”, diz o farmacêutico Helder Mauad.
O professor da Universidade Federal do Espírito Santo diz também que é perigoso quando o remédio é triturado ou quando a substância é retirada da cápsula.
Isso muda a maneira como o organismo absorve o medicamento. Alguns remédios são feitos para agirem aos poucos, mas quando são triturados, vai tudo de uma vez para o organismo.
“Então isso pode acarretar obviamente a uma overdose, trazendo uma série de efeitos colaterais e não é atingido o objetivo do tratamento inicial. É muito perigoso”, diz o professor.
Por isso, a orientação é só alterar o remédio se o médico indicar. O professor explica o que fazer se o comprimido for muito grande, difícil mesmo de engolir: “Essas pessoas devem retornar ao médico e ele vai orientar a substituir a apresentação de um comprimido por uma forma líquida”, explica.