Idosos voltam a trabalhar para aumentar renda

Quase 70% dos aposentados de Minas Gerais recebem um salário mínimo, por mês. Muitos deles vivem só com esta renda.

Para ter o que comer, vestir e comprar remédios, muitos têm que voltar a trabalhar outros precisam da ajuda da família.



Bairro pobre de Vespasiano, casinha simples. Dona Eunice mora com o neto. A aposentada de 77 anos ganha R$ 465 por mês. Dinheiro sempre mais curto que as despesas da casa. A conta de água custa R$ 35. A de telefone, R$ 60. Com alimentação, o gasto é de R$ 300, gás R$ 35, remédios saem por R$ 100. Dona Eunice paga um empréstimo mensal de R$ 165. Total das despesas: R$ 695. Ela conta com a ajuda do neto pra sustentar a casa.

Nos últimos dez anos, o salário mínimo foi reajustado em 66,5%, segundo o INSS. Mas os aposentados dizem que os aumentos não aliviam o orçamento da casa.

Seu José e a mulher precisam se desdobrar. A alternativa de seu José foi continuar trabalhando para garantir o básico. Ele tem 70 anos e faz bicos como jardineiro. O trabalho rende R$ 600 por mês, além da aposentadoria, mesmo assim, seu José e a mulher precisam se desdobrar pra manter as contas em dia.

Com as economias e o esforço do trabalho extra, seu José consegue abastecer a dispensa e ainda sobra uma pouco para as compras de sacolão.

De acordo com o Ministério do Planejamento, o salário mínimo deve aumentar para R$ 506,50, em fevereiro do ano que vem.