Slow Ride... Aposentado quer quebrar recorde mundial ao fazer percurso de ida e volta entre o Rio e Alasca




Augusto Lins e Silva é motociclista e vai atravessar do Brasil até o Alaska sozinho, aos 70 anos - Foto: Fernando Frazão - O GloboRIO - As estradas que ligam o Rio ao Alasca, o aposentado Augusto Lins e Silva conhece bem. Há 40 anos, ele percorreu o trajeto, de Kombi, revezando a direção com um amigo. Agora, prestes a completar 69 anos, ele vai refazer a façanha sozinho, mas a bordo de um outro veículo: a BR multimarcas, uma moto assim batizada por ele por ter peças de várias montadoras. Ao fim do trajeto, Augusto pretende entrar para o Guinness Book como o primeiro piloto a percorrer os 55 mil quilômetros de distância, entre ida e volta, de moto, na idade dele.
O recorde atual para a viagem mais longa de moto é do argentino Emilio Scotto, que percorreu 735 mil quilômetros, entre 1985 e 1995. Mas, o piloto iniciou a aventura quando tinha apenas 30 anos.

- Será uma forma de comemorar os meus 70 anos de vida (idade que ele completará meses depois de voltar da aventura) e os 55 de motociclismo - afirma Augusto, que parte no próximo dia 14 do quartel central da Policia Rodoviária Federal, no quilômetro zero da Via Dutra, no Rio.

A viagem promete ser histórica também porque o aposentado será o primeiro sul-americano a chegar ao mais conceituado encontro mundial de motociclistas, que será realizado em Sturgis, no estado americano de Dakota do Sul, pilotando a própria moto desde a sua cidade de origem. Até lá, ele estima já ter percorrido 26 mil quilômetros.

Na década de 1970, quando fez o trajeto de Kombi, Augusto foi na companhia de um casal de amigos. Durante a viagem, a mulher revelou que estava grávida. Já na volta, ao chegar ao Canadá, o casal decidiu ficar no país, onde tinha um conhecido, até que o bebê ficasse maior. 

Sem a Kombi, que ficou com os amigos, o motociclista retornou ao Brasil a bordo de um navio cargueiro. À época, toda a expedição durou quatro meses. Desta vez, o prazo será maior - seis meses - porque a volta também será feita de moto. E a única companhia de Augusto será um rastreador por satélite, que vai permitir que seus parentes o acompanhem em tempo real.

E foi sua família a patrocinadora do sonho. A mulher, Débora, com quem o motociclista é casado há 17 anos e vive em Nova Friburgo, está ajudando no trabalho de logística: organizando roupas, roteiro, e cuidando de burocracias.

- Acredito que desta vez, será uma experiência bem diferente. A Alasca Highway não era nem asfaltada na época. E de moto é mais agradável. O prazer da integração com a natureza é inenarrável - relata Augusto, que durante quatro dias vai atravessar o Canal do Panamá com sua moto a bordo de uma traineira de pescar camarão.

Mas, apesar de saber que vai cortar três desertos, ele considera as estradas do Canadá como a região mais perigosa por conta dos ursos. Mesmo fazendo atividades físicas todos os dias, ele brinca que não tem preparo suficiente para correr dos animais.



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