"Fiz 'Lola' para poder falar dos idosos", diz diretor

"O filme é um tributo às avós de todo o mundo". Foi assim que o filipino Brillante Mendoza definiu em entrevista, em São Paulo, o longa "Lola", que estreia nesta sexta-feira.

Na trama, as vidas de duas avós se cruzam nas ruas de Manila por conta de um crime: o neto de uma delas é acusado de matar o da outra para roubar um celular. "Lola" significa avó em tagalo, língua falada por cerca de um terço da população filipina. 

Sepa (Anita Linda) tenta conseguir dinheiro para fazer o enterro do neto, enquanto Puring (Rustica Carpio) cuida do seu na cadeia, levando comida e procurando uma forma de livrar o rapaz da pena. Pelas ruas chuvosas de Manila, essas duas mulheres são o retrato da determinação e da força. 

Problemas de saúde não são impedimento para se manterem firmes em seus propósitos. Ambas são donas de suas razões.

A narrativa entrecorta as duas histórias. Assim, acontecimentos na vida de uma das avós ecoam na vida da outra. Num primeiro momento, claro, há uma hostilidade entre elas. Aos poucos, percebe-se que a luta de ambas é pela dignidade de seus netos. O filme as acompanha com uma meticulosidade quase documental, seguindo de perto a trajetória dessas duas senhoras pelas ruas abarrotadas de gente e água, na estação chuvosa das Filipinas, em junho.