Categoria: Internet "Governo quer reduzir número de casos de Aids entre idosos"


Um dos problemas para prevenir a doença é a resistência ao uso de preservativos.

A melhoria da qualidade de vida e o acesso a estimulantes como o Viagra deram um novo impulso à vida sexual dos idosos. Com isso, houve um aumento dos casos de Aids. Nessa última década, o número de soropositivos com mais de 50 anos dobrou. Dados mais recentes do Ministério da Saúde indicam que há 20 brasileiros infectados pelo HIV para cada 100 mil habitantes.
O psicólogo Mário Ângelo Silva, especialista em saúde pública, acredita que o aumento também pode estar relacionado ao diagnóstico tardio. Podem ser pessoas que contraíram o vírus há mais de dez anos e os sintomas só apareceram agora. De acordo com ele, nessa idade existe uma resistência ao uso da camisinha.
“Essa população não foi estimulada a usar o preservativo desde o início da vida sexual, como hoje os jovens são. Essa resistência, essa dificuldade de incorporar o preservativo nas relações sexuais é também um fator de risco e que provavelmente tem contribuído para esse crescimento do numero de casos entre pessoas com mais de 40 anos”, diz Mário Ângelo.
No Distrito Federal, o número de casos de Aids em pessoas com mais de 50 anos se manteve estável nos últimos dez anos. Já em 1997, a taxa de infectados nessa faixa etária era maior aqui que em outras regiões do Brasil. Num universo de 100 mil habitantes, 11 tinham o vírus da Aids, enquanto no resto do país oito eram portadores do HIV.
Para a gerente do programa de DST/Aids da Secretaria de Saúde, ainda assim é uma taxa que precisa ser reduzida. Além de campanhas direcionadas, a secretaria quer ampliar o acesso ao diagnóstico oferecendo exames sem que seja preciso marcar consulta e resultados mais rápidos.
“Fazer o teste é muito importante. Procurar saber seu estado sorológico. Hoje em dia, está mais que provado que uma forma de prevenção é o diagnóstico antecipado. A pessoa que sabe se cuidar pode cuidar de si e do outro”, diz a gerente do programa, Leonor de Lannoy Tavares.
“É preciso fazer um trabalho realmente educativo para que essas pessoas tomem consciência de que também correm riscos. E que a melhor maneira de prevenir a infecção pelo vírus é usar preservativo”, alerta o professor Mário Ângelo.
Há uma década, o maior número de casos se concentrava na faixa dos 39 anos. Agora, a infecção se concentra na faixa dos 40 aos 49 anos. A maioria continua sendo de homens. Segundo a Secretaria de Saúde, oito organizações não-governamentais receberam dinheiro do governo para trabalhar a prevenção junto a públicos diferenciados.