Fotógrafo Lazlo Horwath tem 84 anos e vivia sozinho em Nova York (Foto: Arquivo pessoal)
Após 40 anos, a advogada Cristina Horwath, 51 anos, reencontrou o pai, o fotógrafo húngaro Lazlo Horwath, de 84 anos, em Nova York. Ela embarcou para a cidade norte-americana no começo de abril e retornou, uma semana depois, trazendo o pai para viver em sua casa, em Campo Grande.
Lazlo estava desaparecido desde 23 de março do ano passado, quando fez foi o último contato com a família brasileira. "Ficamos preocupados com ele. Chegamos a pensar que ele estivesse morto", afirmou a advogada.
Advogada reecontra com pai, que vivia nos Estados Unidos, após 40 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Primeiro desaparecimento
Assalto
A advogada acredita que o fotógrafo tenha tido o apartamento saqueado e sofrido algum tipo de violência física, pois ele não tinha todos os documentos e nenhum equipamento fotográfico. O apartamento de Lazlo, segundo a filha, tinha sinais de arrombamento. "Meu pai não tinha um livro de fotografia, um equipamento sequer. Acho que teve tudo roubado."
Outra família
A advogada contou que o sumiço do pai mudou muito a estrutura de sua família, pois sempre acreditou em uma visita dele ao Brasil. "Isso nunca aconteceu e marcou muito a minha vida. Cerca de dez anos depois, meu pai começou a mandar dinheiro para minha mãe (Ana Horwath, 80 anos). A partir daí, começamos a ter contatos telefônicos esporádicos com ele."
Outro momento difícil vivido por Cristina ocorreu em 2003, quando a mãe chegou a ser dada como morta. "Os médicos de São Paulo disseram que ela estava com pouco tempo de vida por causa de um câncer. Ela fez tratamento em Campo Grande e agora está bem. Nem assim ele veio nos visitar. Nem mesmo quando meu irmão morreu."
Ela disse que o pai está estranhando um pouco a nova rotina em Campo Grande. "Minha mãe ainda está se acostumando também. Mas acredito que para ele a diferença de vida seja ainda maior. A vida aqui no Brasil, principalmente em Mato Grosso do Sul, é mais tranquila."
"Meu pai fala seis línguas, entre elas o português. Tentamos nos comunicar em espanhol, pois ele não fala o nosso idioma há tempos. Com minha mãe, que também é da Hungria, ele fala em húngaro", disse Cristina.