O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial.

Editorial - Dr.Norton Sayeg - O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial

Países desenvolvidos envelheceram de maneira gradual e ainda continuam esse processo, porém agora de forma mais lenta. 
Países em desenvolvimento, como o Brasil, apresentam índices explosivos de aumento da expectativa de vida e,dessa maneira, uma verdadeira multidão de pessoas envelhece ao mesmo tempo...

Se por um lado os países ricos tiveram tempo e recursos financeiros para enfrentar esse fenômeno e de se adaptar a essa nova realidade, países pobres estão verificando, atônitos, a explosão demográfica dessa faixa etária sem nenhum planejamento ou previsão de alocação de recursos minimamente necessários para fazer frente às crescentes e especiais necessidades que se impõe no atendimento digno dessa expressiva parcela de seus habitantes.

Uma das saídas para que essa conquista seja realmente um fato positivo e não um problema a mais está na educação das pessoas.

A informação correta para que os próprios indivíduos possam estar cuidando de sua saúde é fundamental e prioritária.

O conceito de prevenção em saúde ainda é novo, não só para a população que ainda não absorveu as benesses da aplicação dessa estratégia para melhor envelhecer, como também de grande parte dos profissionais de saúde ainda sobrecarregados com questões emergenciais de atendimento médico uma vez que não há recursos para atender a esses distintos pólos de equacionamento em termos de saúde pública.

Só há poucas décadas as doenças infecciosas pararam de ser as maiores vilãs em ceifar vidas que poderiam ser salvas se houvesse uma infra-estrutura sanitária razoável aliada ao acesso a serviços médicos de qualidade.

Atualmente vivemos a “Transição Demográfica” onde as doenças crônico-degenerativas ocupam lugar de destaque acarretando um enorme peso econômico e financeiro para os governos das três esferas; municipal, estadual e federal.

Quando o maior problema de saúde pública eram as doenças infecto-contagiosas, o sistema de saúde enfrentava situações que tinham um final previsível e o “problema” era resolvido em questão de poucos dias, explico:

Se uma criança oriunda de classes menos favorecidas adquirisse sarampo e que, por suas condições sócio-econômicas não estivesse em boas condições nutricionais, teria enorme chance de desenvolver uma pneumonia, complicação extremamente freqüente.

Continuando o raciocínio; para essa criança, que não havia sido vacinada por falha do sistema e que estava desnutrida porque o país é pobre, haveria apenas duas opções:

1-Ser bem e rapidamente atendida pelo sistema de saúde e estar curada em cerca de 10 dias.

2-Não ter acesso e ir a óbito também em poucos dias.

Por mais triste que seja essa realidade, esse raciocínio não é mera especulação, é fato.

De qualquer maneira podemos perceber que qualquer que seja a alternativa, o “problema” teria sido resolvido e não haveria mais gastos com esse caso.

Atualmente essa realidade mudou e muito.

Hoje as pessoas vivem em melhores condições sanitárias, recebem programas eficazes de imunização, a renda melhorou, a medicina evoluiu, os antibióticos são mais eficazes e o acesso aos tratamentos são relativamente mais fáceis.

Esse conjunto de ações, entre outras, resultou no aumento da expectativa de vida que acabou por inverter a pirâmide da morbidade onde as doenças crônico-degenerativas passaram a ser o grande problema de saúde pública a ser enfrentado.

Vamos retomar o exemplo da criança desnutrida vitimada por sarampo:

Como vimos, do ponto de vista de saúde pública, a questão foi resolvida em poucos dias.

Vamos agora pensar no perfil extremamente comum que acomete grande parte da população em vias de envelhecimento:

Se tivermos um indivíduo com mais de 60 anos de idade portador de diabetes mellitus e de hipertensão arterial podemos esperar que ele também tenha duas opções :

1-Ter acesso a um bom serviço médico, ser medicado com competência e ser acompanhado periodicamente no sentido de evitar as complicações esperadas para esse tipo de doença.Uma vez que essas duas doenças são passíveis de serem bem controladas podemos presumir que essa pessoa ainda vá viver muitos anos. Fica claro ser esse o melhor modelo, porém deve-se atentar que ele vai continuar necessitando de assistência médica para o resto da vida, automaticamente continuando a gerar gasto.

2-Agora vamos supor, o que ocorre na maioria dos casos, que esse paciente não tenha acesso a um bom atendimento médico e que a doença progrida sem nenhum tipo de atendimento ou ainda que, apesar de ter sido atendido, não houve aderência, não pode comprar os medicamentos ou por falta de informação e de acesso parou de tomar os medicamentos porque nada sentia etc. O que vai acontecer? Esse paciente vai falecer? Provavelmente não. A maioria dos pacientes vai continuar vivendo por longo tempo, porém convivendo ou tentando conviver, com uma série de doenças e de limitações de ordem física e emocional, vítimas das complicações que inevitavelmente irão ocorrer. Mais cedo ou mais tarde esse paciente terá um acidente vascular cerebral (derrame), ficando impossibilitado de continuar trabalhando, ficará cego pelo diabetes, terá uma perna amputada por gangrena, ficará acamado e dependente de cuidados a serem providos por um familiar que assim terá sua vida prejudicada e impossibilitado de continuar prosperando etc.

Esse é o quadro atual.

Se a isso tudo adicionarmos que após esses eventos ele obrigatoriamente deve ser atendido em caráter de emergência podemos entender o custo que a falta das medidas preventivas acarretam e continuaram a gerar para a população e aos seus governos.

Aí reside à questão fundamental – escopo maior deste site – será possível que esperemos que o Estado resolva essa questão de maneira integral e competente? Há recursos para isso? Quais são as medidas que poderiam efetivamente estar minorando essa catastrófica cascata de eventos?

Antes de apresentar a filosofia que gerou a idéia de publicar este site algumas considerações adicionais devem ser levadas em conta:

Tendo em vista a cruel realidade apresentada podemos acrescentar outros ingredientes que ilustram e explicam claramente a necessidade de iniciar o processo de implementação da filosofia da prevenção como uma forma relativamente barata no equacionamento eficaz dessa grave e séria questão.

Sem intenção de priorizar esta ou aquela questão:

Só há muito pouco tempo os alunos de medicina começaram a estudar seriamente a questão da prevenção.

Médicos mais antigos, formados há mais de 10,15 anos, tiveram pouca ou praticamente nenhuma ênfase em seus cursos sobre esse assunto.

As doenças curáveis sempre foram prioritárias. Os alunos aprendiam como diagnosticar e tratar doenças e não como promover saúde.

Essa questão é primordial e até explicável uma vez que, não havendo recursos nem para atender doenças que matavam como poderiam ter a prevenção como prioridade?

A boa notícia é que isso, ainda que tardiamente, está mudando.

Atualmente essas questões são mais abordadas e valorizadas nos bancos universitários da faculdades de medicina, não porque tenha havido apenas uma súbita humanização da consciência médica e sim pelo impacto que a falta da prevenção está provocando.

É recente o aconselhamento do médico estimulando seus pacientes a realizar atividades físicas.

A questão de controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol como importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares graves só agora são rotineiramente recomendadas, uma vez que essas doenças eram consideradas como “normais” em idosos.

Ainda assim ,se você tem o hábito saudável de caminhar regularmente em praças e outros lugares onde se concentram atividades desse tipo, já notou que dificilmente pessoas humildes estão caminhando ao seu lado?

Quem caminha são as pessoas de classe social mais favorecida, com seus iPods e roupas de grife.Porque?

Porque a informação chegou a eles.Porque tiveram acesso à informação correta e ficaram convencidos que essa é uma das várias ações que promovem saúde independente de médicos ou hospitais.

Infelizmente esse tipo de conscientização ainda não atingiu maciçamente a população em geral.

Pessoas de bom nível social estão fumando menos que os de classes menos favorecidas, alimentam-se mais saudavelmente, sabem a diferença entre diet e light...

O poder da informação é sem dúvida uma das determinantes da saúde de uma nação.

Poucos sabem que quando se vai medir o grau de desenvolvimento de um país, um dos índices que pesam na avaliação é o da expectativa de vida de seus cidadãos demonstrando claramente a relação entre o trinômio: Educação = Saúde = Renda.

O conteúdo deste site tem como objetivo principal à promoção da saúde.

Estaremos demonstrando como você, e só você, pode determinar que tipo de envelhecimento quer ter. Que doenças pode prevenir.Que desconfortos pode amenizar.

ENVELHECER COM SAÚDE não foi editado apenas para idosos e seu cuidadores.

Todos os visitantes, independente da idade que tenham, encontrarão informações confiáveis, sempre embasadas na ciência, em linguagem simples e de aplicação prática.

O conteúdo desta obra é resultado da nossa experiência no campo da geriatria e da gerontologia nos últimos 25 anos de nossa carreira.

Tendo presidido a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) da Seção São Paulo no começo dos anos 90 , tivemos a felicidade de interiorizar o conhecimento dessa ainda nova especialidade implantando centros de excelência com a chancela da SBGG – SP em grandes cidades como Campinas,Ribeirão Preto,Santos ,Marília,Botucatu,São José do Rio Preto etc.

Eleitos,em 1994, Presidente da SBGG Nacional,definimos como ações prioritárias dois audaciosos objetivos:

1-A moralização da especialidade com combate cerrado e implacável contra os charlatões que espreitavam a possibilidade de contaminar nossa sociedade científica e nossa especialidade.

Enfrentamos grandes interesses , sofremos processos judiciais porém vencemos todos,sem exceção.

A vitória maior veio com o parecer do Conselho Federal de Medicina que também, por nossa solicitação formal, condenou procedimentos antiéticos que afetavam nossa área de atuação:

"Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) 1.499/98, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica, bem como a vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.

2-Candidatamos o Brasil para sediar o Congresso Mundial de Geriatria em 2005.

Ganhamos a eleição em 1997 em Adelaide –Austrália ,por ampla margem de votos tendo o Reino Unido ,berço da geriatria mundial,como nossos adversários.

Nos três anos de nossa candidatura ,1994 a 1997,estivemos empenhados nessa campanha visitando mais de 25 países e seus líderes no campo do estudo do envelhecimento.

As lições tiradas dessas visitas foram cruciais para nossa decisão de colocar este site na Internet.

Tivemos a oportunidade de conhecer dezenas de ações e de programas ligados ao envelhecimento em várias culturas e em vários países.

Se pudéssemos resumir qual foi sempre o tópico é o de maior importância em tudo que há de mais moderno nessa área poderíamos sintetizar tudo em uma só palavra “SAÚDE”.

Sem saúde nada importa.

Fama,riqueza,sucesso,políticas sociais,projetos assistenciais etc.

É com base nessa convicção que este site foi idealizado.

Saúde é fundamental para que se possa ,aí sim , usufruir de programas e políticas voltadas para essa populaçao.

Tenho a honra ,e sorte, de ter como co-autora desta obra de minha companheira, farmacêutica Karina Pedroti Sayeg que, com a experiência de mais de seis anos no InCor ( Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo ) atendendo diretamente uma população altamente diversificada de pacientes, desde o mais humilde e pobre cidadão até altos dirigentes empresariais e governantes, escreve o capítulo de medicamentos, abordando desde questões de ciência básica até os aspectos das dificuldades na aderência dos pacientes em seguir corretamente a prescrição médica.

Tendo atuado na orientação dos pacientes internados e após a alta médica, a Dra.Karina atuou diretamente também na distribuição gratuita de medicamentos para os pacientes atendidos no ambulatório do InCor, Relata sua rica e pedagógica experiência com ilustração de casos curiosos e descreve as maneiras que encontrou no dia-a-dia para contornar as dificuldades que os pacientes enfrentam com essa parte fundamental do tratamento,além de emprestar toda sua sabedoria sobre outras questões de alta relevância.

Confiamos que nossos visitantes irão atuar como multiplicadores das informações aqui contidas contribuindo para a melhoria significativa dos padrões saudáveis de envelhecimento.

Esse é um site que além da agradável fonte de informações se propõe a ser seu guia para ser consultado sempre.

Ao navegar pelo seu conteúdo você estará informado sobre as questões cruciais que estão implicadas no processo de envelhecimento.

Fora os aspectos preventivos, você estará informado sobre as características gerais das doenças mais comuns nessa faixa etária, seus perigos e as formas de tratamento.

 Se você estiver esperando por um site com milagres e com propostas de rejuvenescimento, ficará extremamente decepcionado com seu conteúdo.

 Por outro lado, se você quer usufruir o que a ciência já comprovou e o que realmente funciona, então:

 

SEJA MUITO BEM-VINDO (A) E ÓTIMA VISITA!

 

Dr. Norton Sayeg
Dr. Norton Sayeg

 
Dra. Karina Pedroti Sayeg
Dra. Karina Pedroti Sayeg