Medicamento para osteoporose mudou a vida de subprocuradora

Embora não tenha integrado o grupo pacientes do estudo realizado pela equipe médica, Angélica Maria Santos Guimarães, 38, subprocuradora de Salvador, faz relatos emocionados sobre a sua recuperação de um caso raro de osteoporose grave.

Ela diz que o uso da
teriparatida, associado a um implante de célula-tronco no osso (o segundo do tipo realizado no Brasil), trouxe-lhe de volta a vida.

Uma pesquisa inédita divulgada esta semana em Salvador traz esperança aos pacientes com osteoporose avançada. Um novo tratamento mostrou resultados animadores em idosos com quadro persistente de fraturas e que não obtiveram sucesso com as terapias convencionais.

O estudo foi conduzido por uma equipe de três médicos, sob coordenação do geriatra Antônio Carlos Silva Santos Jr., professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e diretor científico regional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
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Aos 22 anos, ao ver-se diante de sérias dificuldades de consolidação das inúmeras fraturas por todo o corpo, resultantes de um acidente de carro, ela recebeu o diagnóstico de um tipo raro de osteoporose. Angélica não tem certeza, mas acredita que a doença é congênita, pois desde a infância foi suscetível a fraturas.

A subprocuradora foi submetida a 47 cirurgias na tentativa de consolidar os ossos frágeis, porém com o passar do tempo sua situação se agravava.

"Sempre quis ser mãe, mas fui desaconselhada a engravidar porque minha coluna não aguentaria. Adotei meus filhos, mas não pude carregá-los no colo, quando bebês. Cheguei a ficar em cadeira de rodas em razão do encurtamento de uma das pernas", conta.

Certa vez, lembra, num cumprimento um pouco mais forte, os dedos da mão se quebraram. Na viagem de lua-de-mel quebrou o pé em várias partes por causa de uma pisada. Um conhecido foi ampará-la em uma queda e quebrou-lhe algumas costelas, entre outras histórias que se somam, consequentes da fragilidade dos seus ossos.

"Eu não tinha vida. Era como se fosse de vidro", atesta.

Após um ano e quatro meses de tratamento, porém, tudo mudou. Angélica faz cooper e usa sapatos de salto alto. Uma de suas maiores alegrias, revela, foi quando calçou pela primeira vez sandálias de borracha, comuns.

"Sei que a doença não tem cura, mas consigo conviver bem com ela, mantê-la sob controle. Agora, tenho apenas osteopenia", garante. Foi graças a uma campanha realizada por ela que o governo baiano incluiu a medicação no programa de dispensação do medicamento.