Bom Dia DF acompanha idosos na busca por atendimento médico


A aposentada Irene enfrenta o diabetes e a rotina das longas esperas por atendimento. “Já estou acostumada a ficar aqui até tantas horas da manhã. Devia ser diferente. O idoso deveria ter prioridade, mas não tem. Aqui não tem”, reclama.

Esse tratamento não é exclusivo de quem já chegou aos 60 anos, mas eles sofrem mais. “Estou sentindo muito a garganta doendo, os ouvidos doendo uma dor aqui nos peitos. E ainda estou sem comer”, conta a aposentada Alice Rocha Lima, 75 anos.

Depois de mais de cinco horas, a solução da equipe de plantão: encaminhar dona Alice para o Hospital Regional de Santa Maria.

Severino faz de tudo para não ficar doente. Mas, depois de oito dias com dor de dente, não resistiu. “Evito vir aqui. Tem gente que vem ao hospital e quando chega nessa porta, se sente mais doente do que estando em casa. É uma bagunça”, critica o vigilante Severino Elias Teixeira, 60 anos.

Quando as pessoas chegam à terceira idade, ou melhor idade, já acumularam muita experiência ao longo da vida. Anos de sabedoria que ajudam a superar as dificuldades. Até com bom humor.

Catarina Alves Magalhães, 75 anos, tem problema cardíaco e ainda encontra forças para acompanhar a filha. Cautelosa, levou o remédio. “Tem mais na bolsa. Não é só esses não. Tenho que tomar nove comprimidos por dia. É o coraçãozinho, né? Pra funcionar tem que tomar remédio”, brinca a aposentada.

Jovino Pereira Neto está na estrada há 40 anos. Ele é caminhoneiro. Mesmo aposentado, trabalha para comprar comida, remédio. “O idoso sem dinheiro não é nada. É simplesmente um velho abandonado. Eu tiro por mim. Sou aposentado e tenho que trabalhar para sobreviver”, revela. E definiu como é ser idoso: “tem que ser herói. Se amolecer, ele faz que nem o meu cunhado: dá enfarte.”

“Devia de ser muito bem tratado e respeitado. Porque se não fossem os idosos não tinha vocês novos”, destaca Catarina.

Saiba mais...

Hoje, os defensores públicos vão estar na Rodoviária do Plano Piloto para atender os idosos. Quais são os casos mais comuns que chegam à Justiça envolvendo pessoas acima de 60 anos? É o que você vai saber agora com o defensor público da União Paulo Henriques de Menezes. A participação do defensor no jornal desta quinta-feira está disponível no vídeo acima. Acompanhe!