O estudo foi realizado em cérebros de ratos geneticamente modificados a fim de servirem de modelos para estudar o Alzheimer.
A característica física mais marcante dessa doença é a deposição da substância amiloide, uma fração de proteína, em placas no cérebro alterando seu funcionamento.
A descoberta inicial da proteína beta-amilóide aconteceu em 1906, quando foi descrita pelo neuro-patologista Alois Alzheimer. Em uma conferência, o médico apresentou o quadro clínico de uma paciente com os sintomas da doença, e que na necropsia apresentava a deposição dessa substância no cérebro.
A doença de Alzheimer atinge mais de 25 milhões de pessoas no mundo, mais de 1 milhão de brasileiros. O custo global estimado com o tratamento atinge US$ 315 bilhões ao ano.
Os cientistas descobriram que, quando os ratos estavam acordados, o nível de substância amiloide aumentava, diminuindo durante o sono.
O mesmo efeito foi detectado em humanos, que foram avaliados em um estudo paralelo.
A privação do sono fazia a substância amiloide aumentar em pelo menos 25% no líquido cérebro-espinhal dos ratinhos. Ao mesmo tempo, a administração da orexina fazia os animais permanecerem mais tempo acordados, o que por sua vez, também aumentava a produção da proteína amiloide.
Substância reverte processo
A ação da orexina sobre o cérebro pode ser bloqueada por um agente antagonista, chamado de almorexant. Da mesmo forma que a orexina aumentava a deposição de substância amiloide no cérebro, a administração de almorexant por 2 meses podia reverter esse processo.
As doenças neurológicas degenerativas como Parkinson e Alzheimer alteram o padrão de sono dos pacientes com muita frequência. Os idosos por sua vez dormem cada vez menos com o passar dos anos.
O que os cientistas devem fazer agora é descobrir se adultos jovens que dormem pouco apresentarão uma frequência maior de Alzheimer no futuro.
Evidências científicas como essas podem mudar a abordagem médica dos distúrbios do sono, para que possam ser tratados de maneira preventiva.