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Aos 101 anos, Niemeyer volta ao canteiro de obras

Desde a fundação de Brasília, há quase 50 anos, que Niemeyer não acompanhava uma obra tão de perto. Ele vai acompanhar a construção de nove prédios, que irão se juntar a três que já foram erguidos.










Aos 101 anos, Oscar Niemeyer volta ao canteiro de obras para vistoriar de perto a execução de um de seus projetos. Desde a fundação de Brasília, há quase 50 anos, que Niemeyer não acompanhava uma obra tão de perto. A construção é em Niterói, no Rio de Janeiro e o repórter Edney Silvestre mostra o vigor desse gênio das curvas e do concreto. 


Como tantos outros trabalhadores, ele começa o dia cedo, mas este não é um trabalhador comum. É o arquiteto brasileiro mais conhecido no mundo. E, claro, um trabalhador de 101 anos. Oscar Niemeyer, o criador de Brasília, unanimemente considerado gênio. 

O arquiteto virá toda semana ao canteiro de obras do que está sendo chamado de O caminho de Niemeyer. Ele vai acompanhar a construção de nove prédios, que irão se juntar a três que já foram erguidos. Depois de Brasilia, é o maior complexo arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer. 

Ele diz que decidiu voltar aos canteiros de obras porque acha o próprio projeto tão bonito que teve vontade de estar presente para qualquer consulta. Achei tão bonito que resolvi cuidar mais dessa obra”, diz Niemeyer. 

Já estão prontos o Museu de Arte Contemporânea, o Memorial Roberto Silveira (CUIA) e o Teatro Popular. O complexo incluirá uma torre panorâmica de 60 metros com vista para a Baía de Guanabara. O museu do Cinema Brasileiro, um prédio em forma de rolo de filme, e uma capela dentro do mar. 

Ele passará o dia inteiro, toda a quarta-feira, lá. Para Oscar Niemeyer, este é um conjunto voltado para o povo e para a arte. 
A grande lição que esse homem a caminho dos 102 anos vê para os arquitetos, é a seguinte: a vida é mais importante que a arquitetura. “Eu acho que nós queremos um mundo mais fraternal e o arquiteto precisa estar informado dessas coisas. Não somente a arquitetura. A vida é mais importante”, diz Niemeyer.