… de toda espécie de abuso, charlatanismo, golpes, crimes, extorsões e etc.
Começo o artigo de hoje desta forma, pois ainda há pouco estava pensando no que publicar no blog esta semana. Resolvi navegar um pouco pela internet, ler algumas notícias mais recentes e três delas me chamaram a atenção:
1- Idoso cai em golpe do bilhete premiado e perde dinheiro;
2- Idosa é vítima de golpe do falso seqüestro;
3- Enfermeira de idosos é líder de uma gangue que vem saqueando os escombros das casas destruídas em terremoto na Itália.
Estas notícias me chamaram atenção pela quantidade e me alertou para um assunto sério e que merece ser pensado por todos os que têm idosos na família e por aqueles que um dia virão a ser idosos: o fato deles serem uma presa mais fácil para a ação de pessoas mal intencionadas.
Tenho certeza de que muitos de vocês conhecem histórias de idosos que, por sua fragilidade física, foram furtados na rua e saíram machucados do episódio; ou daqueles que tiveram suas casas arrombadas por bandidos; ou que foram vítimas de furtos por parte de empregados ou cuidadores inescrupulosos; ou que tiveram suas contas bancárias violadas por familiares também inescrupulosos; ou que “doam” seu dinheiro ou bens por coação, pressão, ou simplesmente por não saberem o que estão fazendo; ou que foram vítimas do golpe do falso seqüestro, do bilhete premiado, do “boa noite Cinderela”, do casamento, ou de uma série de outros que lesam o idoso em sua integridade moral, física e financeira.
Interessante que, dentre estes exemplos que eu citei, as vítimas não precisam necessariamente ser portadores de demência, muitos idosos saudáveis também são vitimizados. Acredito que eles são um público mais susceptível às garras de pessoas mal-intencionadas devido à sua vulnerabilidade física, por “não terem maldade” (partindo do pressuposto de que uma pessoa que o aborda na rua e procura conversa é simpática e bem intencionada), devido a hábitos como sacar todo o dinheiro da aposentadoria e guardarem em casa e, principalmente, em decorrência da falta de um familiar por perto para acompanha-lo, orienta-lo e dar-lhe segurança.
A família deve acompanhar o idoso ao banco, orientando-o para o risco de transitar pelas ruas com grandes quantias de dinheiro e para que tome cuidados básicos como, por exemplo, não carregar um papel com a senha anotada junto com o cartão do banco. Infelizmente, muitas pessoas ainda cometem este equívoco e é aí que os marginais encontram campo para agir.
Também é importante que a família fique muito atenta para o sumiço de dinheiro e objetos de dentro de casa, buscando referências pessoais antes de empregar uma pessoa dentro de casa. Observem também se o idoso não está dando gorjetas em excesso por não ter noção de quantidade de dinheiro e valor (visto que muitas pessoas acabam por se beneficiar assim).
Como é fato que o número de golpes aplicados via telefone tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, é dever da família informar o idoso sobre estes perigos e ficar perto sempre que perceber algo suspeito. O idoso costuma conversar, dar informações para uma pessoa desconhecida, que tenta se fazer de simpática do outro lado da linha e isto pode ser exatamente o que um golpista precisa para entrar em ação e extorquir dinheiro. Lembrem-se que, além dos prejuízos financeiros, muitos idosos chegam a passar mal com esses anúncios de falsos seqüestros.
Enfim, a família deve estar sempre por perto para minimizar a ocorrência deste tipo de problema, que é muito sério e pode levar o idoso e toda a família à falência. Existem muitas pessoas mal-intencionadas por aí e é papel da família tentar mantê-las o mais longe possível da inocência de um idoso, que pode ser facilmente lesado.
Luciene C. Miranda - do site www.cuidadordeidoso.com.br