Estudo indica que idoso com câncer de intestino deve ser operado

Agência Estado

Um estudo coordenado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Sérgio Nahas, e que vem sendo divulgado com destaque em congressos internacionais indica que vale a pena operar idosos com câncer de intestino que não tenham outros problemas de saúde. O especialista alerta que muitos médicos têm deixado de operar esse tipo de câncer em pessoas com mais de 75 anos por medo das complicações, o que compromete seriamente a qualidade de vida dos pacientes.
O câncer de cólon e reto é o terceiro mais frequente no Sudeste do Brasil entre homens (isso se não forem considerados os cânceres de pele que não o melanoma). Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer, em 2008 ocorreram no País 12.490 novos casos em homens. De acordo com a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino, quase metade dos pacientes com esse tipo de câncer morre em menos de 5 anos após o tratamento.“As pessoas estão vivendo mais, mas aquelas com esse tipo de câncer estão sendo tratadas pela metade”, alerta Nahas.
O levantamento, publicado em 2007 na revista Hepatogastroenterology, acompanhou 520 pacientes com a doença entre 1995 e 2002 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Eles foram divididos em dois grupos, um com os doentes com 75 anos ou mais e o outro com aqueles que tinham entre 24 e 72 anos.
Após a cirurgia, a sobrevida dos doentes foi praticamente igual. Por exemplo, o levantamento mostrou que 68% dos pacientes do primeiro grupo e 69% do segundo estavam vivos após quatro anos. “Idade não deve impedir a operação”, diz Nahas, que afirma, no entanto, que, se o idoso tiver outros problemas de saúde, a cirurgia pode não ser recomendada.